terça-feira, 28 de outubro de 2008

Entrevista com Paulo Paulada

Caros amigos corredores,

Estamos estreando a seção de Entrevistas do Blog Tô Correndo! Para começarmos bem, homenageamos o Paulo Paulada, grande campeão das Olimpíadas 2008 e inspiração para muitos corredores, dentro e fora do Tribunal.


Ficha do corredor

Nome completo: Paulo Ricardo Lins da Silva.

Nome de guerra: no TCE, Paulo Paulada; na Jaqueira, Paulo Picanha.

Natural de: Garanhuns/PE.

Data de nascimento: 21/11/67.

Local de treino habitual: pelas ruas e trilhas do Recife, geralmente partindo da Jaqueira com a turma da ACORJA.

Freqüência semanal: geralmente, 6 vezes por semana.

Quilometragem semanal: entre 90 e 110 km.

Currículo: 24 maratonas, 2 supermaratonas (72 e 50 km), muitas meias e provas de 10 km.


Entrevista

Quando você começou a correr e como isto aconteceu?
Nunca fui sedentário, sempre pratiquei algum esporte. A corrida em si já fazia parte da minha vida ainda em Garanhuns. Sistematicamente eu recomecei a correr pra nunca mais parar em fevereiro de 1997, quando retornei ao Recife após ter sido lotado na IRAR (Inspetoria Regional de Arcoverde) por dois anos. Naquela ocasião estava pesando 102 kg e fiz uma dieta que aliada à corrida perdi 24 kg.

Qual sua motivação para correr? Atualmente a corrida pra mim é muito mais que uma atividade física em si. Pra mim ela é o hobby da minha vida. Não me vejo sem a corrida. É um vício. Tornei-me um MARATURISTA. Tô sempre treinando para a próxima maratona.

Fale um pouco sobre o equipamento que você utiliza para correr. 2 pés tamanho 43, rs. rs.. Bom, nas maratonas e nos treinos longos uso sempre um ASICS NIMBUS. Pros treinos curtos qualquer tênis com um amortecimento razoável que não me custe mais que R$ 200,00.

Prefere provas de quantos km? 42, CLARO. Adoro maratonas.

Qual sua prova predileta? Eu diria provas prediletas. As Maratonas de Curitiba e New York.

Qual é sua estratégia para as provas? Não tenho nenhuma estratégia. Em maratonas a estratégia é TERMINAR.

Qual sua meta atual? Minha meta atual é me preparar para a COMRADES (se a crise global deixar), prova de 89 km disputada na África do Sul.

Qual foi o seu melhor momento da vida de corredor? Foram tantos os momentos, mas certamente foi a emoção de completar a 1ª maratona. Isso ocorreu no dia 20.07.2003 em Blumenau/SC. Após meses de preparação, a dúvida se seria capaz de concluir. O nervosismo da véspera. A tensão da largada. As dores. A barreira dos 30 km. Mais dores. Muitas dores. Ver a chegada afunilando-se na minha frente. Um tapete vermelho ladeado por vasos com hortênsias. Belíssmas loiras em roupas típicas alemãs e eu em prantos pela emoção da chegada. Para mim, a emoção da chegada na minha 1ª maratona equivaleu à chegada do meu 1º filho. É uma sensação enorme do dever cumprido. Só quem já o fez sabe do que estou falando.

E o pior? Sinceramente não me lembro de nenhum momento ruim na minha vida de corredor.

Deixe uma mensagem para quem quer começar a correr. A mensagem que eu poderia deixar é a da persistência. Insista. Insista até viciar, o que ocorre com mais ou menos seis meses. Depois disso, é só prazer. A corrida está em nosso DNA. É tão necessária quanto comer, dormir ou respirar.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

VI Corrida do Fogo


Pessoal, saiu o resultado da VI Corrida do Fogo, ocorrida no último dia 19/10. Parabéns ao Paulo e ao Berto pela bela prova, ainda mais considerando que os camaradas também participaram das Olímpiadas internas.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Meia Maratona do Rio de Janeiro

Em resumo, uma grande festa!

Dos 15 mil atletas inscritos, quase 12 mil concluíram. A prova transcorreu sem atrasos, chuva, ou qualquer outro incidente (até onde sei) que pudesse atrapalhar seu charme. A organização foi impecável, mesmo considerando o enorme contingente de atletas.

No “grid” de largada, as figuras mais inusitadas: muitas noivas, um cara vestido de Papai Noel, outro carregando uma imagem de Nossa Senhora, um terceiro enrolado na bandeira do Brasil, outro cantando músicas de Agnaldo Timóteo a plenos pulmões, camarada correndo de costas e por aí vai. O Walter, a Louise, o Dácio e eu lá no meio dessa turma.

O percurso, desconsiderando a distância, é relativamente fácil. Praticamente todo plano e sem curvas. Há apenas uma pequena subida logo no início da corrida, quando ainda se está descansado. Algumas coisas, no entanto, podem complicar a vida do atleta em provas desta envergadura:

- se você não sai lá na frente, colado à elite, prepare-se para o engarrafamento. Apenas para dar uma idéia, passei no portal de largada quase 7 minutos depois do “tiro” e ainda havia muita gente atrás de mim... Só no 4º quilômetro pude correr à vontade, sem me preocupar com os calcanhares alheios;

- o calor pega pesado. A despeito da prova ser na orla, não há sombras... Uns 300 m de túnel dão uma pequena folga ali pelo quilômetro 11. A prova começou pontualmente às 9h15 e mais de ¾ dos corredores concluíram o percurso após as 11h da manhã. Calor digno de verão carioca. Vi gente terminando a prova quase às 13h00, fritando no asfalto...

- cada posto de água representa uma corrida de obstáculos de uns 200 m. Imagine ter que desviar dos copos largados ou arremessados por milhares de pessoas que passaram na sua frente. Aquilo tira um bocado da concentração...

No mais, uma excelente corrida. Ah, quase esqueci: o Papai Noel e o Agnaldo Cover chegaram na minha frente...

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Bolhas

Segundo os registros médicos da Maratona de Londres, bolhas são as queixas mais comuns dos corredores após a prova. Elas raramente são um problema sério, mas podem se infeccionar e forçar uma parada nos treinamentos se não forem tratadas apropriadamente. Diabéticos e pessoas com problemas de circulação devem prestar ainda mais atenção à formação de bolhas, porque têm tendência à má circulação nas extremidades do corpo, como os pés, sendo a cicatrização mais difícil. Os negros, por terem a pele mais grossa, sofrem menos com esse tipo de lesão, o que não ocorre com as mulheres.

O QUE SÃO?
Bolhas são a acumulação de fluidos entre as camadas interior (derme, mais importante) e exterior (epiderme) da pele, que aparecem em função de um processo inflamatório.

QUAIS SÃO AS CAUSAS?
Bolhas podem ser causadas por agentes físicos (queimaduras/calor), agentes químicos (substâncias cáusticas), agentes infecciosos (fungos que formam micoses em locais úmidos, entre os dedos dos pés especialmente) e por traumas mecânicos, como no caso da corrida. Neste último caso, as bolhas aparecem quando há atrito intenso e prolongado entre pés e as meias, tênis ou solo, não dando ao corpo tempo suficiente para criar um calo (queratina). Sentindo o risco iminente da derme, o corpo defende-se produzindo um colchão d’água na tentativa de preservar as células germinadoras e toda a estrutura vascular e neurológica presente. Geralmente, as bolhas de corrida têm um conteúdo claro, chamado exsudato. Caso algum vaso sangüíneo rompa no descolamento da pele, a bolha enche de sangue.

ONDE APARECEM?
É mais comum em regiões em que o osso está saliente, como nos calcanhares e no dedinho.

COMO PREVENIR?
Há três fatores que, uma vez combinados, estão na origem das bolhas: calor, umidade e fricção. Conseguindo-se eliminar qualquer dos três, as bolhas serão evitadas. Possibilidades de defesa:

- tênis: certifique-se que seu tênis se encaixa apropriadamente em seu pé e que o mesmo atende sua biomecânica (pronador ou sub-pronador), evitando a fricção; este é, isoladamente, o fator mais importante a observar para evitar o aparecimento de bolhas. Um tênis de corrida apertado também irá causar considerável atrito. Prefira comprar tênis no fim do dia, quando os pés estão mais inchados e experimente o calçado em pé, porque nessa posição o pé fica mais volumoso. Deixe sobrar um dedo (1,5 cm) na ponta do calçado. Quem sua excessivamente deve escolher um calçado com mais ventilação, como os que têm tecidos com furinhos. Não compre tênis de couro! Nunca use um par de tênis novo nas provas: o tênis deve ser amaciado em pequenos treinos, passeios e até dentro de casa, tendo tempo para se familiarizar com a palmilha, as costuras e os novos atritos que poderão surgir, bem como para o tênis ganhar o formato do seu pé. Mude de tênis de corrida gradualmente. Não use tênis molhado para correr;
- meias: use meias de duas camadas ou meias anti-bolhas para minimizar a fricção e umidade (suor). Meias feitas de fibras sintéticas (microfibra de poliéster por exemplo) possuem grande capacidade de evacuação do suor e são boas para manter seu pé seco. Alternativas são meias com uma felpa densa ou colocar duas meias de algodão, fazendo com que o atrito que ocorreria entre a meia e a pele ocorra entre as duas meias. Meias de cano curto podem escorregar e pressionar o calcanhar, causando bolhas. Evite meias com costura, sobretudo na frente;
- pés: use desodorante anti-transpirante para os pés (em talco ou spray) para reduzir o suor. Use vaselina para impermeabilizar os pés e protegê-los do atrito. O ideal é usar vaselina sólida em vez de líquida, que tem mais fixação. O cuidado deve ser na quantidade aplicada, para que o pé não fique deslizando no calçado. Para quem tem a pele fina, especialmente mulheres, evite visitas freqüentes ao pedicuro e o lixamento da sola do pé.

Existem outros itens que também desempenham um papel importante na prevenção das bolhas, embora não sejam tão críticos:

- técnicas de laçagem: as diferentes técnicas contribuem para reduzir pontos de pressão, evitando a fricção;
- nutrição e hidratação: pele ressequida e mal nutrida tende a quebrar e fazer bolhas mais facilmente do que pele hidratada;
- polainas: a utilização deste acessório ganha especial importância em provas onde areia, terra ou qualquer outro tipo de detrito ou sujidade entre no calçado e acabe por causar fricção;
- palmilhas: palmilhas de neoprene podem reduzir a fricção;
- ortóteses: também designadas de palmilhas ortopédicas, ajudam o pé a manter-se e a funcionar numa posição anatômica neutra, aliviando problemas de equilíbrio e reduzindo pontos de pressão;
- adesivos: devem ser colocados nas zonas onde costumamos sofrer maior fricção. Coloque micropore em volta de todos os dedos do pé, deixando as pontinhas para fora. O mesmo deve ser feito no meio do pé e no calcanhar. Depois, passe vaselina sobre o micropore. Em algumas situações alguns atletas optam por cobrir parte ou a totalidade da pele especialmente na sola dos pés com adesivo, conseguindo desta forma reduzir significativamente a fricção.

Se participar de uma prova longa ou em que os pés sejam totalmente submersos em água, tenha cuidados especiais com a umidade: leve vários pares de sapatos e meias para poder rodar, mantendo os pés secos. Escolha sapatos arejados, que sequem rapidamente ou crie buracos no calçado para que a água seja escoada mais facilmente.

Cada atleta deve encontrar a estratégia de prevenção que melhor funciona para si: o que traz bons resultados para um atleta pode não ajudar outro. Ainda que o atleta não seja suscetível, a participação em provas longas e/ou importantes sugere alguns destes cuidados preventivos.

COMO TRATAR?
No geral, as pessoas tentam aliviar os sintomas comprando protetores para as bolhas, ou as arrebentando. No entanto, enquanto a causa do problema não for eliminada o mesmo persistirá. Prefira combater a causa (prevenção) e não os efeitos. Se a bolha for pequena, não fure. Coloque água boricada para que a pele seque mais rápido. Se for correr e a bolha ainda estiver no pé, proteja-a com um adesivo curativo ou um esparadrapo. Se o fluido não for reabsorvido pela pele em 24 horas ou se a bolha causar dor, os dermatologistas recomendam que a mesma seja estourada. Limpe a bolha esfregando álcool ou outra solução anti-séptica e então fure-a com uma agulha esterilizada. Drene o fluido, mas mantenha a pele, já que ela serve como curativo biológico e protege contra infecções. Se a bolha reencher, fure novamente. Cubra a área com uma bandagem adesiva. As camadas da pele irão aderir-se e, dentro de 48 horas a maioria das bolhas está seca o suficiente para serem expostas ao ar. Você estará correndo sem dor em breve. No caso da bolha de sangue e se a mesma estiver dolorida, fure-a logo após a sua formação. Caso contrário, o sangue coagulará e só sairá se retirada a pele sobre a bolha. O atleta pode usar um cicatrizante com antibiótico, que combate bactérias e cura o ferimento mais rápido. Ele só precisa procurar um médico quando houver sinal de infecção, ou seja, quando a região da bolha estiver quente, muito vermelha ou com secreção amarela (pus).

PODE-SE CORRER COM BOLHAS?
Enquanto estiver com bolhas, o ideal é que a pessoa fique em repouso, mas, se tiver que correr...

- coloque um bandaid sobre a bolha, passe vaselina sobre o bandaid, enfaixe a região com uma camada de esparadrapo do tipo micropore, passe vaselina sobre o esparadrapo e coloque uma meia nova de algodão, bem macia;
- use protetores especiais para os dedos, feitos de silicone e espuma, à venda em lojas de podologia;
- passe um produto importado chamado second skin, que provoca um efeito de endurecimento da pele parecido com os da cola de colagem rápida.

Adaptado de
http://www.copacabanarunners.net/pes.html
http://revistao2.uol.com.br/mostramateria.asp?IDmateria=211
http://www.omundodacorrida.com/phpBB2/showthread.php?t=3014
http://www.webrun.com.br/corridasderua/conteudo/noticias/index/id/8470
http://www.revistacontrarelogio.com.br/materias/?Corra%20das%20bolhas.332