terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Entrevista com Ana Tereza


Finalmente aparece por aqui a Ana, nossa Rosa Mota das Olimpíadas Internas, campeã que foi das três primeiras edições da corrida (2005/06/07). Ana é atleta por convicção e, além da corrida, pratica o vôlei e o futebol de salão.


Ficha do corredor


Nome completo: Ana Tereza Ventura Coelho

Nome de guerra: Ana

Natural de: Recife

Data de nascimento: 18/02/1970

Local de treino habitual: Parque da Jaqueira

Freqüência semanal: 6 vezes.

Quilometragem semanal: 56 km (10 km a cada 5 dias e 6 km no final de semana).

Currículo: Fiz atletismo na época de colégio. Corria os 400m rasos.
Voltei a correr em 2005.


Entrevista


Quando você começou a correr e como isto aconteceu? Fiz atletismo no colégio São Luiz na época do científico ...rsrsrrs faz alguns anos. Depois voltei a correr na jaqueira em 2005, intercalando corrida e caminhada. Hoje corro 10 km todos os dias (segunda à sexta) e nos finais de semana descanso apenas caminhando 6km ou no sábado ou no domingo.

Qual sua motivação para correr? Correr para mim é uma terapia. Retornei quando meu pai adoecei e era minha fuga. Gosto de levar o ipod e gravo as minhas músicas favoritas e perco o tempo que estou lá...é um paraíso.

Fale um pouco sobre o equipamento que você utiliza para correr. Gosto bastante dos tênis da Mizuno. Para mim, são os melhores. Antigamente não me preocupava com equipamento certo; hoje em dia vejo o quanto isto é importante. Também gosto de correr com os calções apropriados para corrida. Hoje em dia não são apenas os masculinos, já existem cortes para a ala feminina. Não deixo de correr com top... dá firmeza e segurança durante o percurso.

Prefere provas de quantos km? 10 km

Qual sua prova predileta? Corrida das Pontes, além de belo o percurso (nossa cidade é linda), é bem organizada com pontos de água.

Qual é sua estratégia para as provas? Começo normalmente tentando acostumar à respiração e depois do 5o km que já estou no patamar de equilíbrio é que começo a tentar apertar. Mas sempre deixo o último fôlego para o sprint final... é o importante em toda prova.

Qual sua meta atual? Para o próximo ano vou começar a correr 15km até o meio do ano...pretendo ir ano que vem a São Silvestre.

Qual foi o seu melhor momento da vida de corredor? Quando terminei a corrida das pontes em uma boa colocação perante a equipe que eu estava indo (Country Club).

E o pior? Graças a Deus não existiu....é uma diversão muito boa, e sempre tiro o lado bom de tudo que acontece.

Deixe uma mensagem para quem quer começar a correr.
Para quem quer começar a correr, não desanime. Intercale a caminhada com a corrida que aos poucos você conseguirá apenas correr. É uma forma de terapia, mas lembre-se sempre de que a persistência é a chave para o sucesso!

Última(s) entrevista(s):
João Carlos Carlini
Adriana Dubeux
Paulo Paulada

domingo, 28 de dezembro de 2008

I CICORRE 2009

O I CICORRE tem largada na Av. Boa Viagem, na altura do 2º jardim, e segue pela orla até o Parque de Esculturas de Brennand de onde se retorna para a largada, num percurso que varia entre 10 e 10,5 km, a depender dos locais escolhidos para a largada e chegada. Segue o percurso abaixo:


(clique para ampliar)

Esta corrida possui um percurso pouco convencional e, até por isso, muito bonito. Além de correr ao lado da praia, no trecho de cais corre-se com o Oceano Atlântico "batendo" de um lado e com uma bela vista do Rio Capibaribe e do Recife Antigo do outro lado.

A previsão é de forte calor e é também importante estar atento ao piso no trecho de cais, pois, além de irregular (torsões!), é bem liso em razão da água acumulada trazida pelas ondas.

No ano passado, por sorte ou azar, os 196 participantes contaram com chuva do início ao fim da prova, o que dificultou o aquecimento (não há áreas cobertas na proximidade da largada) e ocasionou um forte vento contra na segunda metade do percurso.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

CICORRE 2009

Saiu a programação do CICORRE 2009, o circuito de corridas promovido pelo Clube de Corredores do Recife (CORRE). A primeira etapa será em 11/01, com largada no 2o Jardim de Boa Viagem, às 08h00. Prepare-se!

domingo, 21 de dezembro de 2008

Hiponatremia

Esta é uma postagem direcionada àqueles que tencionam ou já participam de treinos ou provas de longa distância.

A hiponatremia – caracterizada pela diminuição da concentração de sódio no plasma a níveis inferiores a 136 mEq/l -, geralmente ocorre em atividades de longa duração ou de ultra-resistência como ironman, triathlon ou ultra-maratonas. Contudo, pode também ocorrer em corridas de 3 a 4 horas de duração em clima quente e úmido ou em pessoas que já começaram a atividade com uma baixa concentração de sódio. A concentração de sódio pode ser facilmente conhecida através de um exame de sangue solicitado pelo seu médico.

CAUSAS E PROPENSÃO À HIPONATREMIA

A literatura científica aponta como principais fatores que levam à diminuição da concentração plasmática de sódio:

1) a perda de sódio por suor excessivo e prolongado, provocado quando o exercício ocorre em climas muito quentes ou o condicionamento do atleta não está adequado;

2) a excessiva ingestão de água. Em geral, os atletas são bastante alertados sobre a necessidade de hidratação. Contudo, a excessiva ingestão de água é considerada o fator contribuinte mais importante para o surgimento da hiponatremia. Estudos demonstraram que, mesmo com uma perda moderada de sódio durante o exercício, sua concentração ficou abaixo dos níveis normais em razão da ingestão excessiva de água, retida no organismo. Um artigo da Universidade de Harvard publicado no The New England Journal of Medicine afirma que cerca de 13% dos atletas que correram a Maratona de Boston em 2002 apresentaram quadro de hiponatremia por causa da hiperidratação.

O consumo de medicamentos pode também interferir diretamente, sendo um fator de risco para esportistas. Medicamentos diuréticos diminuem as concentrações de potássio e sódio, sendo assim considerados fatores de risco para hiponatremia. A utilização de anti-inflamatórios não esteróides também pode contribuir.

Estudos já observaram a maior predisposição fisiológica da mulher à hiponatremia, graças ao seu menor volume sanguíneo, menor quantidade de massa magra e menor sudorese (aumentando assim a retenção líquida). Sabe-se também que a progesterona causa uma retenção hídrica, o que também pode contribuir com a hiponatremia.

Cuidado: atletas mais lentos em provas mais longas têm mais tempo e oportunidade de ingerir líquidos acima do adequado. Evidências também observam que indivíduos que iniciam um treinamento de resistência são mais propensos a hiponatremia do que os que já estão em treinamento a certo período. O organismo do indivíduo mais treinado excreta menos sódio em seu suor.

SINTOMAS

Inicialmente, a hiponatremia tem caráter assintomático, sendo de difícil detecção. Sintomas leves podem ser cãibras, forte fadiga, dores de cabeça, desorientação, diarréias, náusea, confusão mental e falta de coordenação motora. Se estes primeiros sinais forem negligenciados, podem levar a problemas mais severos como convulsões, edemas pulmonar e cerebral, parada cardio-respiratória, coma e morte súbita. A hiponatremia pode ser fatal mesmo em indivíduos sem nenhuma outra patologia. Quanto maior e/ou mais rápida for a diluição do sódio, maiores serão os riscos.

PREVENÇÃO

Diretrizes para a reposição hídrica.

A hidratação adequada é o meio comprovado de se aumentar o desempenho reduzindo-se o risco de problemas com o calor e, portanto, não deve ser dispensada. De acordo com a "Diretriz da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte", durante o exercício recomenda-se iniciar a ingestão de líquidos já nos primeiros 15 minutos e continuar bebendo a cada 15 a 20 minutos.
Mas o quanto de água devo beber? A resposta depende de vários fatores, entre eles, o percentual de gordura, a altura, o condicionamento, a taxa de sudorese, a umidade, a atividade praticada, a temperatura ambiente e o estado de hidratação, situando-se na faixa de 500 a 2000 ml por hora.

Hiponatremia geralmente acontece depois da retenção de água superar 2 a 3 litros. Os atletas devem tentar repor, durante o exercício, apenas a mesma quantidade de água perdida.

Como a perda de peso corporal durante a atividade física é dada basicamente por água sob as formas de suor, urina e respiração, o atleta deve se pesar antes e depois de um treino para conhecer a perda hídrica, não esquecendo de subtrair a quantidade de líquido ingerida durante o treino. Exemplo:

Peso ao iniciar o treino: 67,5 kg
Condição de treino: saída às 05h30 (24ºC) e chegada às 09h15 (28ºC)
Líquidos (água ou outros) ingeridos durante o treino: 2,2 l (kg)
Duração do treino: 2h42' (27,6 km)
Peso ao encerrar o treino: 65,7 kg
Balanço hídrico: (67,5 + 2,2 - 65,7 kg) / 2h42' = 1,48 kg/h ou
Balanço hídrico: (67,5 + 2,2 - 65,7 kg) / 27,6 km = 0,145 kg/km

Com esse peso em mãos, dá para saber aproximadamente quanto o seu corpo gastou e evitar um exagero na hora de se hidratar para uma prova ou treinamento. Procure fazer essa avaliação nas mesmas condições da prova/treinamento alvo, pois os valores obtidos podem variar bastante com a temperatura/umidade. Vale lembrar que esse teste não substitui a avaliação física detalhada com acompanhamento médico, que é mais aconselhada.

Lembre-se que a hiponatremia pode ocorrer antes, durante ou após o exercício. Não adianta consumir água comedidamente durante a corrida e, após ela, apenas beber água em grande quantidade. Da mesma forma, a hiper-hidratação antes de provas longas pode ter efeito adverso visto que alguns atletas podem iniciar já em estado de parcial hiponatremia necessitando de menos líquidos para fazer com que a concentração de sódio atinja níveis perigosos.

Diretrizes para a reposição/ingestão de sódio

Estudos apontam que a administração de sódio junto com a água tem efeito positivo em relação ao aparecimento de sintomas de hiponatremia. Além da prevenção da hiponatremia, a ingestão de sódio também favorece a absorção de água e carboidratos pelo intestino.

Se a atividade durar mais de uma hora ou se for intensa do tipo intermitente mesmo com menos de uma hora, deve-se repor carboidrato na quantidade de 30 a 60 gramas por hora e sódio na quantidade de 0,5 a 0,7 gramas por litro, que corresponde à concentração de sódio no suor de um indivíduo adulto.

Cuidado: grandes quantidades de sódio também podem prejudicar o desempenho do atleta, pois reduzem a produção de urina, desequilibrando assim a estabilização eletrolítica. Equilibre a ingestão de sódio com a de água e dê preferência aos isotônicos, que já têm a concentração balanceada entre esses dois componentes.

Depois de um dia de treinamento longo, não tenha medo de comer alimentos salgados. Um equívoco que acontece freqüentemente é o corredor exagerar na cafeína (diurético!) e comer alimentos com pouco sal antes da prova.

Adaptado de:
http://o2porminuto.uol.com.br/scripts/materia/materia_det.asp?idMateria=1262&idCanal=4&stCanal=Medicina%20do%20esporte
http://www.acaerj.esp.br/imagens/Artigo%20Hiponatremia%20-%20Frederic%20Mallrich.pdf
http://www.copacabanarunners.net/hipo.html
http://www.rgnutri.com.br/sp/hidratacao/hne.php
http://www.webrun.com.br/home/conteudo/noticias/index/id/4374/secao/dicastreinamento
http://3mais.blogspot.com/2007/10/vc-j-teve-hiponatremia.html

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Prêmio Run Blogosfera 2008

O Prêmio Run Blogosfera foi criado para reconhecer e prestigiar os blogs cujo tema é a corrida de rua. No período de 20/12/2008 a 20/01/2009, serão escolhidos os 10 melhores blogs do ano de 2008 e os blogs vencedores terão o direito de apresentar o Selo do Prêmio Run Blogosfera 2008 por todo o ano de 2009 em suas páginas.

Uma iniciativa nascida entre os próprios blogueiros, trará como benefícios, entre outros:
- divulgar a corrida de rua e, conseqüentemente, motivar mais pessoas à sua prática;
- o estímulo à criação e à manutenção de blogs cada vez mais interessantes do ponto de vista do leitor, seja ele um corredor ou um simpatizante do pedestrianismo.

O Tô Correndo está humilde e orgulhosamente concorrendo a este prêmio. Visite o site do Prêmio
, conheça os demais blogs participantes e vote.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Resultado da III Meia Maratona de Maceió

Aí, pessoal, saiu o resultado da prova (clique na figura ao lado):

Um detalhe: sem querer, risos, demos um "furo jornalístico" aqui no blog. A mudança da data da Meia Maratona de Maceió anunciada para julho na última postagem do blog (15/12) se confirmou no blog Só Alagoas Notícias apenas no dia de hoje (16/12). O suposto representante da Yescom com quem conversei é o cidadão à esquerda do prefeito na foto do blog alagoano.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Meia Maratona de Maceió

Mais uma bela prova neste final de semana. Desta vez, a Meia Maratona de Maceió/AL. Tô Correndo lá... Paulo Paulada, eu e o Walter, o primeiro com 99 % de DNA ACORJA e 1 % (que muito nos orgulha!) de DNA Tô Correndo, risos. A ACORJA, por sinal e como de costume, representando muito bem nosso estado neste evento.

Clique p/ ampliar (Foto por Juliana, esposa e apoio do Walter, sobretudo nas viagens)

Esta meia maratona lembrou a Meia do Rio, ocorrida em outubro. Seguem os detalhes da prova:

- percurso quase que totalmente plano, com longas retas e curvas. Muito bom, pois os atletas mantiveram a atenção na corrida e não no piso. A corrida, que seria realizada em sua totalidade na orla, teve seu percurso alterado faltando uns 10 dias para a prova. Fiquei sem entender o porque, mas imaginei que fosse alguma dificuldade em liberar parte do trecho... Na verdade, a razão era outra. A intenção era prestigiar uma obra recém inaugurada pela Prefeitura, o Viaduto Industrial João Lyra, que acabou sendo o único trecho não plano da corrida. Ficou muito esquisito... Os corredores se distanciaram da orla em torno de 1 km até chegar no viaduto, subiram, desceram e - surpresa! o ponto de retorno era no pé do viaduto do lado oposto - ricochetearam para novamente subir e descer o viaduto e retornar para a orla. Ou seja, desviaram o percurso apenas para que subíssemos e descêssemos o viaduto duas vezes. Medonho. Coisa de político que, lamentavelmente, encontra espaço no estado de Alagoas...

- forte calor. O calor na Meia do Rio foi forte. Pudera, a saída foi às 09h00 da manhã. Fiquei muito feliz quando vi que em Maceió a saída seria às 07h15, imaginando que ao menos a largada seria num clima agradável. Não aconteceu... Os corredores procuravam se poupar do sol nas poucas sombras disponíveis na Praça Multieventos e foram para o portal de largada apenas quando faltavam poucos minutos para a mesma. Quando a largada foi dada, o termômetro já marcava incríveis 30 graus. O Sol castigou durante todo o percurso. Em conversas prévias, os amigos relatavam a preocupação quanto ao forte vento contra que encontraríamos no último quarto da corrida. Foi, na verdade, a salvação. Ainda que segurasse um pouco ritmo, o vento garantiu algum refresco. Para quem fez o percurso em torno de 02h00 (muita gente quebrando ao longo do percurso!), a temperatura já estava por volta de 35 graus.

- a hidratação foi elemento a favor. Enquanto foram prometidos postos de hidratação a cada 3 km, contei em torno de nove postos. Dois deles com água quente (quente mesmo, nem natural, nem fresca), mas isto não chegou a comprometer, havia água à vontade. Estranhei apenas que desta vez não foi oferecido isotônico no meio da prova. Naquele calorão, pode ter feito falta a alguns atletas.

- o material do kit, mais uma vez de qualidade e muito bonito. Medalha, camisa, boné (2!), numeração de peito com o nome do atleta, lanche, Gatorade. Lamentei apenas que a organização não foi sensível ao calor previsto para o evento e escolheram uma cor muito escura (azul marinho) para a camisa e para o boné, o que só aumentou o desconforto térmico.


- a quantidade de atletas, bem menor que na do Rio, favoreceu uma largada sem atropelos, bem como passagens tranqüilas pelos postos de hidratação. Aqui vale um comentário: o alagoano está aprendendo marketing com os baianos, risos. Na largada para a prova era visível a pequena quantidade de atletas. Supus algo em torno de uns 600 atletas, no máximo, para correr a meia maratona. A largada para a prova de revezamento seria pouco depois. Soube depois, pela organização, que seriam 900 inscritos para a meia individual e 600 inscritos para a meia de revezamento, números que apesar de condizentes com as numerações de peito que vi, não pareciam guardar relação com os corredores presentes, talvez muitos desistindo em razão do calor. Quando chego de volta ao hotel, vou dar uma folheada no jornal local do dia (acho que a Gazeta de Alagoas) e encontro no caderno de esportes: dois mil atletas inscritos para a corrida e, na capa do dito jornal, oito mil atletas inscritos! mais risos. Por sinal, ouvi dizer que a Corrida dos Sinos, tradicional corrida em Recife/PE, também teve poucos (500) inscritos este ano, Talvez por terem mudado o dia, horário e local da prova. Acontecia sempre na Praia de Boa Viagem, às 16h00 do sábado. Desta vez, no Parque da Jaqueira, às 08h00 da manhã do domingo.

Falando em organização, reproduzo uma breve conversa que tive com um dos organizadores (YESCOM) da prova. Logo que cheguei, sentei próximo a uma das tendas dos organizadores e, talvez por estar usando a camisa da Meia do Rio, um deles veio puxar conversa e me perguntar como tinha sido a prova. Elogiei, mas comentei do excessivo calor. Ele me falou da pretensão de, no ano que vem, transferir a prova para o mês de julho. Achei ótimo, mas lembrei a ele que, em julho, no litoral do Nordeste é só chuva. Lembrei também que no calendário de meias maratonas regional já tínhamos a Meia de Salvador em Setembro, a Meia de João Pessoa em agosto e a Meia do Recife em Julho. O que eu escuto? “Problema de Recife”. Fiquei indignado com o despropósito do comentário, mas não tive energia para explicar a ele que boa parte dos atletas que viriam correr a meia em julho seria pernambucana e que, portanto, mereceria alguma consideração. De qualquer forma, ainda comentei que seria uma boa levar uma corrida como esta para Recife, uma vez que, suponho, tenhamos um contingente de corredores muito maior que Alagoas. Acho que não se sensibilizou, provavelmente por não haver grandes empresas aqui (como a Braskem em Maceió) interessadas em promover eventos desta natureza. Em Recife, as corridas que reúnem mais corredores são promovidas pelo SESI, Prefeitura do Recife Exército ou Corpo de Bombeiros. Nenhuma entidade privada, portanto. Porto Alegre está começando a receber eventos assim... É questão de tempo, a gente chega lá…


segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Qual a sua meta para 2009?

Caros amigos corredores,

O Tô Correndo completou um ano. Tempo de olhar para trás, regozijar-se do trajeto percorrido e estabelecer novas metas. Neste sentido, coloco aos amigos a seguinte questão:

Qual sua meta para 2009?

Começar a andar ou correr, diminuir o tempo para cumprir uma distância, cumprir uma distância, perder peso, entrar em forma ou "apenas" melhorar a qualidade de vida. Seja qual for, foque-a. Seja audaz na sua definição e se esforce para alcançá-la. Se preciso - e até sugiro - conte com os amigos nesta caminhada.

Para descontrair, segue transcrição de uma charge que li há pouco tempo: "O que se encaixa melhor na sua agenda lotada? Exercitar-se 1 hora por dia ou estar morto 24 horas por dia?"

Já adianto a minha meta: quero entrar no ranking brasileiro dos maratonistas publicado pela Revista Contra-relógio. Para isso terei que concluir a distância em uma das 6 maratonas oficiais no Brasil (Rio, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis ou Foz do Iguaçu). E isso num tempo inferior a 3h45.

Sucesso!

domingo, 7 de dezembro de 2008

Projeto POA 2009 (II)

Comentamos na primeira postagem que os treinos específicos para a maratona iniciarão em final de janeiro ou, no mais tardar, no início de fevereiro/2009.

Neste intervalo de quase dois meses, o Walter e eu decidimos experimentar distâncias um pouco mais longas que nossos treinos habituais. Essa iniciativa não está baseada em nenhum treino estruturado, servindo apenas como tira gosto para o que virá à frente.

O foco está na avaliação de nossas reações corporais, tentando gerar algum conhecimento útil para os treinos futuros e para a prova. Aspectos tais como quebras de ritmo e recuperação, necessidade de hidratação (estou tomando notas e analisando o meu balanço hídrico, ou seja, a perda e o consumo de líquidos), isotônicos, vestuário, freqüência cardíaca, etc. estão sendo avaliados.

Não há obediência a um ritmo pré-estabelecido, mas o mesmo também tem sido avaliado no contexto do treino. Já fizemos dois longões:
o primeiro (II Corujão da ACORJA), de 25 km, à noite e a um ritmo de 6’/km; o segundo, de 27,5 km, de dia e a um ritmo de 5’52”/km. O percurso do último segue abaixo.

(clique para ampliar)

No sábado 20/12, realizaremos mais um longão com distância equivalente. Quem quiser compartilhar de todo ou de parte do percurso, basta deixar um comentário aqui na postagem que entramos em contato.

Detalhe importante: mais que salutar, é prudente aproveitar este período até o início dos treinos específicos para realizar uma visitinha ao cardiologista, ortopedista e clínico geral para as devidas avaliações prévias. Minhas consultas já estão marcadas!

Postagens anteriores: (I)

Do Processo de Superação

Primeiro ano de corrida. Passou rápido. Mais rápido que os muitos quilômetros percorridos. Vitórias, derrotas e, em todas elas, muito aprendizado e superação.

Superar é ir além, ampliar limites, realizar o que se julgava improvável ou mesmo impossível.

Outubro de 2007. Absolutamente sedentário, há mais de ano e meio não fazia qualquer atividade física regular. O rápido ganho de peso (71 a 76 kg em 6 meses) e a possibilidade de não estar preparado fisicamente para acompanhar as brincadeiras de minha filha Marina, então com 8 meses, me incomodavam. Queria participar do seu crescimento e não apenas assisti-lo.

O que fazer?

O anúncio, em novembro, de uma corrida de 5 km na empresa em que trabalho me fez decidir: vou começar a correr. A corrida me permitiria alcançar meus objetivos: ganhos cardio-respiratórios e perda de peso.

Lembro as primeiras voltas no Parque da Jaqueira. Caminhando, acho que como quase todo mundo. Rapidamente me dispus a correr, pois precisava me preparar em menos de um mês para a prova. Não queria fazer feio, ainda mais junto aos amigos.

As referências iniciais eram os amigos Fred e Willams. Achava incrível que, sendo quase 20 anos mais velhos, corressem tão mais rápido que eu. Ambos correndo a 5’10”, 5’15”/km e eu bufando a 5’40”/km. Lembro também de ter admirado o desempenho de um cara que corria no mesmo horário que eu e que fazia seu treino a fantásticos 4’50”/km por vários km a fio.

Até a prova, a maior distância treinada foi de 5 km. Precisava estar seguro de que conseguiria cobrir a distância. Foi o que fiz. Nenhuma grande surpresa, pois já havia experimentado a mesma prova no ano anterior com apenas um mês de treino, o qual fora interrompido assim que a prova acabara.

Aí estava o meu primeiro desafio: fazer da corrida uma prática contínua. Como manter a motivação em alta para sair de casa e treinar? Para tal, montamos um grupo de corrida entre os amigos: correr em grupo deixa o treino mais agradável e torna-se mais difícil arranjar desculpas. Pesquisando na Internet, descobri o CICORRE, circuito de corridas da CORRE (Corredores do Recife) que trazia uma prova a cada mês. Achei excelente e me prometi participar de todas as provas ao longo do ano. A motivação para a regularidade estava providenciada.

Mas, e quanto ao desempenho? Também precisava de metas específicas, concretas. Mais por ignorância que por atrevimento, estabeleci como segundo desafio concluir uma prova de 10 km em 42’ até o final de 2008, tempo arbitrado com base nos resultados que vi das provas do CICORRE 2007. Precisava de método se quisesse alcançar estes objetivos e a segunda pesquisa que fiz na Internet acerca do tema corrida foi sobre programas de treinamento. Fiz minha primeira planilha de treinamentos sem mesmo ter noção do ritmo em que estaria apto a treinar.

Em janeiro de 2008, a primeira prova de 10 km (I CICORRE). Já havia coberto a distância em treinos e estava animado para fazer algo em torno de 51 minutos. Resultado? Quase 57 minutos... Choveu, cadarço desamarrou, corri contra o vento pela primeira vez, boné voou e a sede apertou, pois estava acostumado a treinar com a caramanhola e, na ânsia de fazer um bom tempo, resolvi deixar o “peso morto” de lado. Tudo deu errado. Foi frustrante, mas ao mesmo tempo um belo aprendizado: treino é treino, prova é prova. Mais tarde, descobriria também que cada prova tem sua própria história.

Talvez motivado pela vontade de compensar o fracasso, estiquei meus limites de distância nas duas semanas seguintes, pulando de 10 para 13 e de 13 para 16 km. A primeira corrida, em grupo. A segunda, eu, Deus, minha caramanhola e uma estrada no interior do estado (BR-104, Agrestina/Caruaru). Dois sentimentos me acompanhavam: na ida, o medo de não ter forças para voltar, pois estava me distanciando de casa e, na volta, já chegando, uma enorme sensação de poder.

Em fevereiro, fui apresentado ao pessoal da ACORJA (Associação dos Corredores da Jaqueira) pelo Paulo Paulada. Numa das corridas do grupo, conheci o Almir, corredor experiente. Olha o diálogo que se desenrolou:

Márcio (bufando para alcançar o Almir e puxar assunto): minha meta para este ano é 10 km em 42’.
Almir (modestamente): Meu melhor tempo nos 10 é de 42’. Não é fácil... significa fazer cada km em 4’ baixo. Mas se treinar, você chega lá.
Márcio (caindo na real): Nunca vou correr deste jeito...

Não revi a meta, mas percebi que não viria neste primeiro ano. Comecei a pensar em metas parciais e estabeleci 50’ como minha primeira batalha. Ainda em fevereiro, menos arrogante, mais “experiente” e já pesando 71 kg, consegui correr os 10 km em 51’46”.

Também ainda em fevereiro, ganhei minha única lesão até agora: um estiramento da pata-de-ganso, tendão atrás do joelho esquerdo... Fazendo alongamento! Como achei que não fosse nada demais, continuei treinando, até que a dor me deixou mancando. O medo de não poder voltar a correr me levou ao ortopedista, mas isso apenas em maio. Foram 20 dias de estaleiro. E a dor só passou completamente em julho. Descobri que a paciência faz parte do processo de superação, bem como o conhecimento e o respeito ao próprio corpo.

Em março, corri minha primeira meia maratona (Meia Maratona do SESI). Irresponsavelmente, pois estava lesionado, com pouco mais de 4 meses de treino e tendo corrido 16 km uma única vez. Estabeleci como meta concluir a prova e, se possível, em menos de 2 horas, o que já seria uma façanha. E eu consegui! Terminei com 1h58’.

Confesso, no entanto, que achei o esforço envolvido em provas de 21 km muito grande. Paulo Paulada me disse: “Ué, e você queria chegar descansado?”. Concordo com ele que, seja qual for a prova, se você corre para valer, você chegará extenuado. A questão é que nas provas mais longas o sofrimento não se resume à chegada, começando bem antes. O componente psicológico passa a fazer diferença. E o meu ainda não estava preparado... Também em março, corri uma prova de 7,6 km estando bem, fisicamente, mas cheio de problemas na cabeça. Corri angustiado e quase não completei a prova. É preciso estar forte mentalmente para se submeter aos rigores de uma corrida, mesmo curta.

Em junho, já quase recuperado da lesão, fiz meu melhor tempo até então em uma prova de 10 km: 49’20”. Rompi a barreira dos 50’! E ainda voltei para buscar a minha mãe que completaria a sua primeira prova de 10 km em 1h10’. Foi um dia glorioso que acho que não esquecerei.

Em julho, corpo e mente em dia, corri a minha segunda meia (Meia Maratona do Recife/CORRE). Despretensiosamente, fiz incríveis 1h49’07”! Meu melhor tempo até hoje para a distância.

Eu, que nunca tive a intenção de investir em meias maratonas, gostei da brincadeira e me inscrevi para a Meia Maratona de João Pessoa em agosto. Prova no domingo, cheguei na sexta com a família e peguei uma baita gripe. Teimei em correr mesmo assim. Corri os primeiros 10 km a 51’, mas a festa durou pouco. Por volta do km 13, as reservas se esgotaram e passei a sentir joelhos, tornozelos e cintura a cada pisada. Comecei a arrastar um trote, pois não queria parar. No km 18 não agüentei. Comecei a andar, mas não parei. A imagem mental da esposa e da filha me aguardando na linha de chegada foi o meu baluarte. Entre trotes e caminhadas cheguei com 2h03’. Foi, de longe, a prova que me exigiu maior sacrifício físico e, por não ter desistido, a despeito do tempo obtido, a que me trouxe o maior sentimento de superação. João Pessoa e suas ladeiras, me aguardem em 2009!

Uma semana de descanso e nova prova de 10 km (34ª Duque de Caxias). Fui à forra! Querendo compensar a frustração de João Pessoa, consegui baixar o tempo para 48’40”, meu melhor tempo para a distância. Notei que já conseguia correr os 10 km abaixo de 50’ de forma consistente, madura.

Em setembro, mais uma prova de 10 km (VIII CICORRE). Mais uma gripe. Como gripo com relativa freqüência, acabei pesquisando sobre o assunto e descobri o óbvio: não se deve correr doente. Mas, como tinha me prometido participar de todas as etapas do ano, fui lá. Por sorte, a prova consistia de duas voltas de 5km. Decidi dar uma bela esticada na primeira volta e abandonei a prova ainda inteiro. Acho que fiz bem, não me arrependo. A corrida tem me ensinando a reconhecer os limites do corpo com lições bem caras. E, como disse há pouco, a paciência faz parte do processo de superação.

Em outubro, participei de minha quarta meia maratona (Meia Maratona Internacional do Rio), concluída em 1h50’05”. Considerando as condições da prova (calor e uma multidão de corredores te obrigando a manter ritmo lento no início da prova) acho que foi meu melhor desempenho em meias.

Em novembro, com um ano de corrida, fiz o balanço: já estava pesando 67 kg e fazendo um esforço consciente para não perder mais peso. Nunca tive tanto fôlego. Já corria os 10 km na faixa dos 48’. Lembram do triatleta? Já treinava em ritmo idêntico ao dele. 10 km em 42’? Bem, quem sabe um dia, mas será aos poucos, minuto a minuto, e cada um deles uma vitória que quero saborear... Posso dizer que já havia conquistado tudo que inicialmente queria com a corrida... Sinal de que era preciso traçar novas metas.

Já ouviram a frase “tenha um filho, escreva um livro e plante uma árvore”? Acrescentei “corra uma maratona”. Decidi que faria uma, ao menos uma, nesta vida.

Fiz nova pesquisa sobre maratonas e programas de treinamento. Descobri que a maratona de Porto Alegre, que ocorre no final do mês de maio, seria a melhor pedida para um iniciante. Descobri também que, no nível em que estou, seria possível concluir uma maratona com 16 semanas de treinamento específico a começar, portanto, no início do mês de fevereiro.

Para que esperar? Já havia corrido 4 meias, mas nunca, nem em treinos, corri distância superior aos 21 km. Na última semana de novembro, resolvi “testar” 26 km à noite e na companhia de amigos corredores. Fiz todo o percurso me poupando com medo de não concluir e, surpresa minha, o fiz de forma mais tranqüila do que esperava: 2h39’ de corrida ininterrupta. Não me julgava capaz e este foi, para mim, um outro grande momento de superação. E nem prova era. Ao mesmo tempo, notei a distância (física e metafórica) que ainda me separam de ser um maratonista.

Me animei e no final de semana seguinte já parti para 27,5 km, mais uma vez com sucesso. Decidi que quero entrar no ranking brasileiro de maratonistas. Para isso, precisarei concluir a maratona abaixo de 3h45... Impossível? Não. Improvável? Talvez. Difícil? Com certeza. E será esta mesma dificuldade que me moverá nos treinos nos próximos meses...

Até a próxima meta!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Resultado da III Corrida das Bandeiras

Pessoal, já saiu o resultado! Clique na figura.