quarta-feira, 27 de maio de 2009

Maratona de POA: a sobremesa (parte 3/3)

Do km 31 ao 36, apenas caminhada (perna esquerda rija, pois o joelho não dobrava) e trote mancando nos trechos de descida. O tempo foi para a estratosfera... Decidi que queria apenas chegar. Neste trecho comecei a voltar mais a atenção para o contexto da prova:

- os demais atletas e seu esforço em concluir a distância. Ali pelo km 36, vi um camarada vomitando e perguntei a ele se precisava de ajuda, ao que me respondeu: “Não, foi só uma cãibra” (?!?). Depois da prova, fiquei feliz em ver seu nome na lista dos concluintes;

- o público que, mesmo reduzido, batia palmas e nos gritava pelo nome. Quando comecei a mancar, um ciclista (que acho que acompanhava algum outro atleta) chegou a me oferecer diclofenaco que, grato, não aceitei, argumentando que o problema não era muscular e

- o pessoal da organização (impecável) que, em todos os momentos apoiou não apenas com a água e o Gatorade, mas com palavras de incentivo. Ali pelo km 34 ou 35, vi uma ambulância e a equipe médica, esses eu torci que não me oferecessem apoio, risos...

EMERG

Enquanto os corredores iam me passando, experimentava formas de correr que não me doessem tanto o joelho... Só descobri no km 37, quando o percurso entrou em novo trecho plano. Uma marchinha picada, passo curtinho, quase arrastando o pé no chão. Ainda assim, com dor, o que me obrigava a alternar o trote com a caminhada. A essa altura, já acumulava também uma leve dor na bacia e na planta do pé direito, provavelmente causada pelos quilômetros mancando.

Vencido o km 40, o encontro providencial com o BASSAM, corredor curitibano veterano em maratonas que participava do revezamento em duplas. Queria chegar correndo ao fim da prova e, não fossem ele e suas palavras de motivação, não conseguiria. Em sua companhia, percorri, sem andar, o último quilômetro e meio e cruzamos juntos a linha de chegada. A conversa agradável me fez esquecer a dor e imprimir ritmo que já não me julgava capaz. Sou-lhe muito grato, BASSAM. Se algum eventual leitor o conhecer, peço que lhe faça chegar estas palavras de agradecimento.

4h26! Bem longe do tempo que imaginava inicialmente, mas com um tremendo orgulho de ter completado a prova em condições tão complicadas. E sem nenhuma dor muscular! Francamente, antes da prova começar, não esperava que conseguisse.

Hoje, quarta-feira, voltei a caminhar sem mancar. Voltando a Recife, a primeira providência será mandar fazer uma camisa comemorativa. A segunda, e só então, será ir ao ortopedista para saber da seriedade da lesão no joelho... Se o doutor liberar...

 

MARATONAS, AÍ VOU EU!

 

medalha

A organização da prova. Impecável. Nunca participei de prova deste vulto tão bem organizada. A largada, no horário previsto. Nenhum atropelo, em razão da largura das vias e dos horários defasados de largada das várias categorias. Percurso bem sinalizado pelo pessoal de apoio e pelas placas de km. Postos de hidratação nos dois lados da via, com água em abundância. Vários postos com isotônico. Pessoal atencioso na chegada. O kit, simples, mas de qualidade. Estranhei, a princípio, mas gostei do chip na tornozeleira, facilitou sua retirada na chegada. A medalha, a mais bela que já recebi (será que eu estou sendo parcial?). Lanche, gelo, massagistas, tudo lá para o conforto dos desgastados atletas.

Se Deus permitir, correrei de novo no ano que vem. Parabéns a todos da CORPA e àqueles que de alguma forma fizeram desta corrida uma festa tão bonita.

Maratona de POA: o prato principal (parte 2/3)

Já em Porto Alegre, na véspera da maratona, um encontro com parte dos amigos pernambucanos com os quais dividimos muitos dos treinos preparatórios. Lula, Almir, Pâmela, Enildo, Júlio, Flávio, Marinês, Walter, Jack, Tom, Flávio, Juarez, Eliana, Ésio, Paulo Sobral, Ricardo, cada um com seu sonho e suas expectativas. Todos vitoriosos, mesmo antes da prova. Já li em algum lugar que o rigor da maratona está antes nos treinamentos que na prova em si...

encontro1

encontro2

encontro3

Além dos amigos habituais, dois novos: A Stéphanie e o Bruno, corredores e blogueiros gaúchos com os quais frequentemente trocamos informações e apoio de um lado a outro. Além de excelentes anfitriões, os dois são feras na pista.

Vamos à prova. Estratégia: decidi que levaria 6 sachês de gel, os quais seriam consumidos nos postos de hidratação a partir do 10º km e, daí para a frente, de 6 em 6 km. Após muito refletir, levei também o MP3, como reforço para ludibriar a previsível dor. A reflexão ficou por conta de não ter lugar adequado para levar o aparelho, que acabou ficando no bolso do short, balançando durante todo o percurso.

crono

Fui também armado do meu inseparável cronômetro, programado para me avisar do ritmo predeterminado de 5’20’’/km. Isso mesmo. Receoso da provável não conclusão da prova, decidi que correria dentro do ritmo inicialmente planejado até que o joelho acusasse, e, se Deus me atendesse, não acusaria...

largada

Início de prova... Friozinho legal e, sem qualquer atropelo, eu e o Walter passamos pelo portal de largada sem nos sentirmos em momento algum limitados pela presença dos demais corredores.

Olho na pista e ouvido no joelho. No km 4, ele avisou: “Estou aqui”, mas nada sério.

Continuei correndo no mesmo ritmo até o km 7, quando identifiquei a primeira placa de km. Ritmo de 5’26’’/km até então. Fiquei feliz, pois mesmo sem referências estava correndo próximo ao ritmo pré-estabelecido.

Nesse mesmo momento, senti uma leve vontade de urinar. Novidade, pois isso não acontece nos treinos em Recife. Me dei conta que estava super-hidratado e que, com a baixa temperatura, suava menos. Resultado: mais líquido circulante e a bexiga cheia... Aterrorizei! Não pelo tempo “perdido” com a paradinha para urinar, mas imaginava que se o fizesse, a dor no joelho viria e não conseguiria voltar a correr.

fartoilet

Corri enquanto agüentei e isso durou até o km 16, quando estava com um ritmo médio de 5’19’’/km. “Serviço feito”, não deu outra: o joelho latejou... Resmunguei e pensei: “É muito cedo! Não vou abandonar aqui!” E forcei o retorno à prova. Foram 2 km com dor, até que o joelho mais uma vez esquentasse e a dor fosse esquecida.

Temendo nova parada, passei a beber apenas a metade de cada copo recebido nos postos de hidratação. Não fez falta.

copao

Corri bem até o km 21 (meia maratona em 1h52’42’’), com uma média de 5’21’’/km. Aqui começou o martírio de fato. O joelho voltou a doer com vontade. Nenhum sinal de fadiga muscular ou respiração ofegante, mas a perna esquerda não levantava e, quando forçava, doía. O ritmo caiu lenta e progressivamente até o km 30 (6’37’’, rimo médio de 5’29’’/km). A meta já não poderia ser mais as 3h45 sonhadas, mas aumentei progressivamente para 3h50, 3h55 e sub-4.

No 31º km aconteceu o pior: uma ladeira à minha frente (lomba, para os gaúchos). Nada assombroso, para quem estava acostumado com as ladeiras em Aldeia, nos treinos compartilhados com a ACORJA. Contudo, sem conseguir levantar a perna, fui forçado a andar... E com a súbita redução de ritmo, as conseqüências mais desastrosas: a dor no joelho se intensificou e o lactato minou os músculos. Pra completar, acabou a bateria do MP3. Ficamos só eu e a dor. Aí foi pedir para chorar...

Maratona de POA: o antepasto (parte 1/3)

Caros amigos,

Muito tempo sem postar, mas por vários bons motivos que lhes apresento a seguir…

A maratona de Porto Alegre foi, mais que um sonho, um desejo externado em dezembro de 2008: entrar no ranking brasileiro dos maratonistas publicado pela Revista Contra-relógio, concluindo uma das 6 maratonas oficiais no Brasil (Rio, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis ou Foz do Iguaçu) em tempo inferior a 3h45, ou seja, 5’20’’/km.

Para montar a planilha de treinamentos, recorri a tudo que pude encontrar na Internet e aos conselhos de amigos maratonistas mais experientes. Montei uma planilha “puxada”, pois sabia que estava bem distante da meta. A maior distância por mim percorrida, até então, tinha sido a meia maratona.

Planilha montada, vamos aos treinos. De dezembro a abril, os treinos transcorreram bem e, ainda que tenha realizado apenas cerca de 70 a 80 % do planejado (não fiz qualquer treino de força...), sentia uma forte evolução, tanto na resistência quanto na velocidade. Neste período, apenas um leve incômodo na musculatura abdominal cuja causa ainda não foi identificada.

No início de abril, a progressão dos treinos indicava que chegaria bem perto do tempo almejado, algo entre 3h50 e 3h55. A diferença para 3h45 esperava tirar com a ajuda da motivação da prova e do clima favorável de Porto Alegre.

Aqui começaram as adversidades... Em razão dos compromissos acadêmicos, faltando 7 semanas para a prova, o treinamento perdeu espaço e a quilometragem semanal caiu de forma perigosa, basicamente limitada aos longões de sábado. Ainda assim, realizados com afinco e sucessivos ganhos de desempenho, talvez pelo corpo mais descansado. Houve quem me dissesse: “está treinando escondido...”. Quisera eu, risos.

A 3 semanas da prova, no último longão de 27 km, uma novidade... Por volta do km 16, numa rápida parada para hidratação, senti o joelho esquerdo doer um pouco. Uma dor até então desconhecida, não parecia muscular, estranhei. Comentei com Walter, meu fiel companheiro de jornada e decidi correr até que a dor passasse ou eu me esquecesse dela. Deu certo até o km 23, quando encontrei uma curta, mas íngreme, subida próxima ao Mercado Público do bairro de Casa Amarela. Nova parada para avaliar a situação... Faltava pouco para concluir o longão e decidi tornar a correr... Sem chance: manquejei por mais uns 500 metros até que, tomado pela dor e incapaz de andar (não conseguia dobrar a perna esquerda para dar o passo à frente), desisti e, lamentando muito, retornei de ônibus para o Parque da Jaqueira, ponto de partida...

Fiquei sem andar direito por uns 3 dias. Gelo, muito gelo. A dor diminuía, mas muito lentamente. Reviravolta estratégica: temendo não ter condições de participar da maratona (com passagens compradas e inscrição feita), treinaria o mínimo possível e “cercando” a dor. Se sentisse qualquer coisa, pararia imediatamente. Decidi também não procurar meu ortopedista, pois já imaginava o que ouviria e, de forma pouco prudente, não estava disposto a dar ouvidos.

Desta feita, devo ter corrido pouco mais de 30 km até a maratona nas últimas 3 sessões de treino que ainda consegui realizar, sempre em ritmo forte, mas muito cauteloso e atento, tentando recuperar a confiança no joelho.

Seja o que Deus quiser!

terça-feira, 5 de maio de 2009

Maratona M.S. POA

Maratona M.S. POA & Maratona de Revezamento

1) Percurso da Maratona e da Maratona de Revezamento (em duplas):
Parque da Jaqueira x km 10 de Aldeia x Parque da Jaqueira

2) Inscrição:
R$ 20,00 / atleta (c/ Márcio 92849557, Juliana 92053544 ou Flávio 86373144). Haverá um posto de inscrição na Jaqueira aos sábados, das 08h00 às 12h00. As inscrições serão limitadas a 15 duplas na Maratona de Revezamento e a 25 atletas na Maratona.

3) Regulamento:
No ato da inscrição, o atleta receberá o regulamento da prova e entregará o formulário de inscrição preenchido à coordenação.

4) Premiação:
- Troféu + cesta básica para 1º, 2º e 3º lugar masculino na Maratona.
- Troféu + cesta básica para 1º lugar feminino na Maratona.
- Medalhas personalizadas douradas para os concluintes da Maratona.
- Medalhas personalizadas prateadas para os concluintes da Maratona de Revezamento.

5) Apoio Logístico:
- Transporte (sprinter) para os atletas da Maratona de Revezamento até o km 10 de Aldeia, ida e volta.
- Banheiro nos km 10 e 32 da prova (mesmo local: Posto BR Camaragibe).
- Postos de água nos km 5, 10, 15, 18, 21, 24, 27, 32, 35, 37, 40 e chegada.
- Pontos de controle na chegada (resp. Nildo) para apuração dos tempos e classificação.
- Identificação do percurso a cada 5 km.
- Camiseta alusiva ao evento.