quarta-feira, 27 de maio de 2009

Maratona de POA: o antepasto (parte 1/3)

Caros amigos,

Muito tempo sem postar, mas por vários bons motivos que lhes apresento a seguir…

A maratona de Porto Alegre foi, mais que um sonho, um desejo externado em dezembro de 2008: entrar no ranking brasileiro dos maratonistas publicado pela Revista Contra-relógio, concluindo uma das 6 maratonas oficiais no Brasil (Rio, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis ou Foz do Iguaçu) em tempo inferior a 3h45, ou seja, 5’20’’/km.

Para montar a planilha de treinamentos, recorri a tudo que pude encontrar na Internet e aos conselhos de amigos maratonistas mais experientes. Montei uma planilha “puxada”, pois sabia que estava bem distante da meta. A maior distância por mim percorrida, até então, tinha sido a meia maratona.

Planilha montada, vamos aos treinos. De dezembro a abril, os treinos transcorreram bem e, ainda que tenha realizado apenas cerca de 70 a 80 % do planejado (não fiz qualquer treino de força...), sentia uma forte evolução, tanto na resistência quanto na velocidade. Neste período, apenas um leve incômodo na musculatura abdominal cuja causa ainda não foi identificada.

No início de abril, a progressão dos treinos indicava que chegaria bem perto do tempo almejado, algo entre 3h50 e 3h55. A diferença para 3h45 esperava tirar com a ajuda da motivação da prova e do clima favorável de Porto Alegre.

Aqui começaram as adversidades... Em razão dos compromissos acadêmicos, faltando 7 semanas para a prova, o treinamento perdeu espaço e a quilometragem semanal caiu de forma perigosa, basicamente limitada aos longões de sábado. Ainda assim, realizados com afinco e sucessivos ganhos de desempenho, talvez pelo corpo mais descansado. Houve quem me dissesse: “está treinando escondido...”. Quisera eu, risos.

A 3 semanas da prova, no último longão de 27 km, uma novidade... Por volta do km 16, numa rápida parada para hidratação, senti o joelho esquerdo doer um pouco. Uma dor até então desconhecida, não parecia muscular, estranhei. Comentei com Walter, meu fiel companheiro de jornada e decidi correr até que a dor passasse ou eu me esquecesse dela. Deu certo até o km 23, quando encontrei uma curta, mas íngreme, subida próxima ao Mercado Público do bairro de Casa Amarela. Nova parada para avaliar a situação... Faltava pouco para concluir o longão e decidi tornar a correr... Sem chance: manquejei por mais uns 500 metros até que, tomado pela dor e incapaz de andar (não conseguia dobrar a perna esquerda para dar o passo à frente), desisti e, lamentando muito, retornei de ônibus para o Parque da Jaqueira, ponto de partida...

Fiquei sem andar direito por uns 3 dias. Gelo, muito gelo. A dor diminuía, mas muito lentamente. Reviravolta estratégica: temendo não ter condições de participar da maratona (com passagens compradas e inscrição feita), treinaria o mínimo possível e “cercando” a dor. Se sentisse qualquer coisa, pararia imediatamente. Decidi também não procurar meu ortopedista, pois já imaginava o que ouviria e, de forma pouco prudente, não estava disposto a dar ouvidos.

Desta feita, devo ter corrido pouco mais de 30 km até a maratona nas últimas 3 sessões de treino que ainda consegui realizar, sempre em ritmo forte, mas muito cauteloso e atento, tentando recuperar a confiança no joelho.

Seja o que Deus quiser!

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