quarta-feira, 27 de maio de 2009

Maratona de POA: o prato principal (parte 2/3)

Já em Porto Alegre, na véspera da maratona, um encontro com parte dos amigos pernambucanos com os quais dividimos muitos dos treinos preparatórios. Lula, Almir, Pâmela, Enildo, Júlio, Flávio, Marinês, Walter, Jack, Tom, Flávio, Juarez, Eliana, Ésio, Paulo Sobral, Ricardo, cada um com seu sonho e suas expectativas. Todos vitoriosos, mesmo antes da prova. Já li em algum lugar que o rigor da maratona está antes nos treinamentos que na prova em si...

encontro1

encontro2

encontro3

Além dos amigos habituais, dois novos: A Stéphanie e o Bruno, corredores e blogueiros gaúchos com os quais frequentemente trocamos informações e apoio de um lado a outro. Além de excelentes anfitriões, os dois são feras na pista.

Vamos à prova. Estratégia: decidi que levaria 6 sachês de gel, os quais seriam consumidos nos postos de hidratação a partir do 10º km e, daí para a frente, de 6 em 6 km. Após muito refletir, levei também o MP3, como reforço para ludibriar a previsível dor. A reflexão ficou por conta de não ter lugar adequado para levar o aparelho, que acabou ficando no bolso do short, balançando durante todo o percurso.

crono

Fui também armado do meu inseparável cronômetro, programado para me avisar do ritmo predeterminado de 5’20’’/km. Isso mesmo. Receoso da provável não conclusão da prova, decidi que correria dentro do ritmo inicialmente planejado até que o joelho acusasse, e, se Deus me atendesse, não acusaria...

largada

Início de prova... Friozinho legal e, sem qualquer atropelo, eu e o Walter passamos pelo portal de largada sem nos sentirmos em momento algum limitados pela presença dos demais corredores.

Olho na pista e ouvido no joelho. No km 4, ele avisou: “Estou aqui”, mas nada sério.

Continuei correndo no mesmo ritmo até o km 7, quando identifiquei a primeira placa de km. Ritmo de 5’26’’/km até então. Fiquei feliz, pois mesmo sem referências estava correndo próximo ao ritmo pré-estabelecido.

Nesse mesmo momento, senti uma leve vontade de urinar. Novidade, pois isso não acontece nos treinos em Recife. Me dei conta que estava super-hidratado e que, com a baixa temperatura, suava menos. Resultado: mais líquido circulante e a bexiga cheia... Aterrorizei! Não pelo tempo “perdido” com a paradinha para urinar, mas imaginava que se o fizesse, a dor no joelho viria e não conseguiria voltar a correr.

fartoilet

Corri enquanto agüentei e isso durou até o km 16, quando estava com um ritmo médio de 5’19’’/km. “Serviço feito”, não deu outra: o joelho latejou... Resmunguei e pensei: “É muito cedo! Não vou abandonar aqui!” E forcei o retorno à prova. Foram 2 km com dor, até que o joelho mais uma vez esquentasse e a dor fosse esquecida.

Temendo nova parada, passei a beber apenas a metade de cada copo recebido nos postos de hidratação. Não fez falta.

copao

Corri bem até o km 21 (meia maratona em 1h52’42’’), com uma média de 5’21’’/km. Aqui começou o martírio de fato. O joelho voltou a doer com vontade. Nenhum sinal de fadiga muscular ou respiração ofegante, mas a perna esquerda não levantava e, quando forçava, doía. O ritmo caiu lenta e progressivamente até o km 30 (6’37’’, rimo médio de 5’29’’/km). A meta já não poderia ser mais as 3h45 sonhadas, mas aumentei progressivamente para 3h50, 3h55 e sub-4.

No 31º km aconteceu o pior: uma ladeira à minha frente (lomba, para os gaúchos). Nada assombroso, para quem estava acostumado com as ladeiras em Aldeia, nos treinos compartilhados com a ACORJA. Contudo, sem conseguir levantar a perna, fui forçado a andar... E com a súbita redução de ritmo, as conseqüências mais desastrosas: a dor no joelho se intensificou e o lactato minou os músculos. Pra completar, acabou a bateria do MP3. Ficamos só eu e a dor. Aí foi pedir para chorar...

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